Muitos produtores rurais que precisam aumentar a produtividade recorrem ao uso de máquinas agrícolas. Para escolher entre as inúmeras opções no mercado, é preciso levar uma série de fatores em consideração, pois a escolha de uma máquina “errada” pode causar prejuízos para a cultura ou aumentar desnecessariamente os custos da produção.
A seguir, confira algumas dicas que precisam ser levadas em conta na hora de escolher a máquina agrícola ideal.
Necessidades da fazenda
O primeiro ponto a ser considerado é relativo às necessidades reais da produção. Qual é o tamanho do terreno e quais são as culturas que planeja plantar na área? A escolha de uma colheitadeira ideal, por exemplo, depende da produção (soja, milho, trigo, etc.) e do tamanho do cultivo. Uma máquina com potência e capacidade de tanque muito grandes vai gerar um custo desnecessário em um cultivo menor, e o contrário também é verdadeiro, uma máquina subdimensionada vai gerar mais gastos e custos operacionais. Por isso, é importante se atentar às especificações técnicas de cada máquina.Condições de terreno
Qual é a realidade do terreno? Será preciso realizar terraplanagem ou descompactação do solo? O produtor também precisa pensar nisso antes de adquirir máquinas como pulverizadores, adubadoras e colhedoras. Um exemplo muito comum é o que diz respeito a colheitadeira de café, pois a máquina sofre com terrenos irregulares. É preciso colocar “na ponta do lápis” os gastos para saber se vale a pena adquirir a máquina ou se é melhor corrigir o terreno antes disso.Potência das máquinas
A maioria dos produtores brasileiros atua em pequenas áreas, na chamada agricultura familiar. Para eles, as máquinas mais comuns são os tratores de duas ou quatro rodas, que ajudam a aumentar a eficiência do trabalho. No geral, recomenda-se que, para terrenos com até 30 hectares (ha), sejam utilizadas máquinas com potência entre 50 cavalo-vapor (CV) e 75 CV de potência. Para áreas entre 100 ha e 500 ha, são recomendadas máquinas com até 130 CV. Para áreas maiores do que 500 ha, utilizam-se máquinas com potência maior do que 130 CV. Vale lembrar que, quanto maior ou mais recente forem as máquinas, maior é o nível de tecnologia embarcada no veículo. Os sensores e computadores de bordo podem encarecer bastante o preço das máquinas, além de não serem recomendados para quem não tem treinamento, conhecimento ou real necessidade de usá-los.Análise de custos
Muito mais do que apenas o preço de compra, o produtor deve pensar no custo operacional de manter uma máquina agrícola. Estudos do Núcleo de Inovação em Máquinas e Equipamentos Agrícolas (Nimeq) e do Programa de Pós-Graduação em Sistemas de Produção Agrícola Familiar (PPGSPAF) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) destrincharam os principais gastos dos produtores. O chamado custo operacional engloba a quantidade de combustível gasto e o valor da manutenção. Esses valores variam de acordo com a potência e o fato de as máquinas terem ou não tração dianteira auxiliar (TDA). Para os especialistas, para que uma máquina valha a pena em um contexto de agricultura familiar e dimensões de terreno reduzidas, é preciso que gaste até 4 litros de combustível por hectare e que o valor da manutenção, não incluindo o preço dos pneus, fique abaixo dos R$ 0,60 por ha. Outros fatores citados por especialistas e usuários como importantes na hora de escolher o maquinário são:- reserva de torque — é recomendado pelo menos 40%, isso garante que o trator vença os esforços adicionais quando ocorrer a redução do torque;
- capacidade do tanque — é indicado o suficiente para uma autonomia de dez horas de trabalho;
- acionamento independente da tomada de potência (TPD), que transmite a potência do motor para máquinas agrícolas acopladas a tratores;
- itens de ergonomia e segurança.